Fernando Pessoa

"Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar sempre, pois sendo mais do que uma espectadora de mim mesma, eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.E assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palco, cenário para viver meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis.'

As cartas

Será que existe alguém que não goste de receber uma carta?A carta é uma forma de encontro, afinal, aquela folha de papel que você tocar é a mesma que a pessoa do outro lado tocou.E mesmo que ela venha com notícias ruins, sempre tem um significado diferente.Parece ser mais íntima, talvez por causa da escrita com o próprio punho, a letra de cada pessoa é algo íntimo.E você não precisa falar tão rápido, como no telefone pra economizar, dá pra descrever sensações, lembraças, lugares.. sem pressa.

Não importa o remetente, pode ser de amigo, família, porém não tem como negar que a felicidade de receber uma carta de amor, ou da pessoa amada, é bem diferente!É uma euforia que nos invade, corremos pra qualquer lugar mais sossegado e abrimos o envelope com cuidado e como se fosse um presente muito desejado (o que não deixa de ser).Cada palavra tem muita importância, e pode acontecer de lermos um pouco rápido por causa da euforia, mas isso é ótimo, você lê duas ou três vezes mais, só pra 'garantir'.Quando percebe que está pra acabar a carta a velocidade é diminuída, e quando acaba.. não é legal!Dá vontade de ler, ler e ler.Depois da euforia é a frustração, por que há fim?Se bem que é melhor ter o fim, ou melhor, não é o fim, é só uma pausa, assim poderão vir outras cartas.

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